quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Nota sobre o tempo.

Normalmente minha memória é péssima, só tenho tenho facilidade em lembrar das mentiras que conto caso um dia seja preciso repetí-las, quase sempre é preciso. Quando penso no passado, um velho quadro com a moldura dourada já gasta e um fundo preto melancólico se desenha em uma parede suja com as quinas rachadas. Tal quadro se observado calmamente, troca a imagem escura e obsoleta por um desenho mais vivo, um homem alto e imponente segura desajeitadamente um loirinho, do lado uma mulher com os cabelos cacheados que parece ser a matriarca da família usa um belo e longo vestido bordado que se confunde entre o vermelho e o rosa, tem uma criança talvez pré-adolescente aos seus pés, dono um olhar fixo e carinhoso. Ele sabe que todo tempo deveria estar ali, e esteve. Da pra escutar a melódia da chuva lá fora, tão triste, mas é uma tristeza reconfortante, quase bela. A tristeza por vezes é reconfortante.

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