segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Herói ou vilão?

Historiadores discutem livro do pesquisador Norman Davies "Europa na Guerra", que se ocupa de uma análise crítica da política dos Aliados ocidentais diante do ditador soviético Stalin.

Quando Hitler, em 1° de setembro de 1939, anunciou aos gritos na Ópera Kroll, em Berlim, o começo da Segunda Guerra Mundial, ninguém imaginava que ali se iniciava uma das guerras mais brutais e que traria mudanças substanciais à humanidade.

Nos seis anos posteriores, até a capitulação da Alemanha em 8 de maio de 1945, o continente passaria por uma devastação que se estenderia da Sicília até Spitzbergen, do Atlântico aos Montes Urais. Cerca de 100 milhões de pessoas foram vítimas da Segunda Guerra Mundial: assassinadas, mortas nos campos de batalha, famintas, órfãs, mutiladas, sem-teto, feridas ou deportadas.

Setenta anos após o início da Segunda Guerra Mundial, não se concluiu ainda a pesquisa científica sobre os motivos da guerra, suas consequências e a cultura da memória entre as partes beligerantes de então.

Consciência europeia comum.

A dimensão da catástrofe ainda faz com que, 70 anos mais tarde, historiadores se esforcem em encontrar explicações, classificações e consequências para a memória coletiva. Em seu livro Europa na Guerra, o historiador inglês Norman Davies examina e reavalia as pesquisas sobre o tema.
 
Para Davies, trata-se de procurar uma harmonização entre a memória de guerra própria e a das demais partes europeias beligerantes – um procedimento que também interessa a historiadores alemães. Segundo o historiador Rolf Dieter Müller, do Departamento de Pesquisa Histórico-Militar, este objetivo ainda não teria sido alcançado.

Müller diz que uma consciência europeia comum é algo que surgiu muito lentamente. A princípio, isso aconteceu frequentemente de forma bilateral, como, por exemplo, na reconciliação entre franceses e alemães ou nos esforços, durante os anos de 1980, com vista a uma reconciliação com os povos da antiga União Soviética.

Vítimas de Hitler e Stalin

Com suas considerações, Davies aponta para uma memória europeia, pois tal memória coletiva não seria somente um armazenador de conhecimento, mas também uma orientação para o futuro.

Nessa memória coletiva está armazenado que a Wehrmacht alemã (Forças Armadas) ultrapassou a fronteira da União Soviética em 22 de junho de 1941, iniciando uma guerra contra os soviéticos. Estes foram os mais atingidos pela invasão, com 27 milhões de mortos.
 
Após a abertura do bloco oriental, em 1990, muitos europeus ocidentais tomaram conhecimento de que os povos da Europa Central e Oriental libertados da União Soviética não se veem somente vítimas de Hitler, mas também se consideram vítimas de Stalin.

"Sob o ponto de vista dos países limítrofes na Europa Central e Oriental – hoje parceiros e aliados da União Europeia – a guerra tem um lado diferente do que aquele que conhecemos e que transportamos para nossos livros escolares", explica Müller e acrescenta que tal consciência também afeta a discussão em torno do número de mortos: "Porque os 27 milhões de mortos também incluem os cidadãos, como os dos países bálticos, que foram deportados ou assassinados pelo stalinismo".

Aliados ocidentais perante Stalin

Em seu livro, Norman Davies aponta muitos exemplos de crimes de guerra, cuja autoria pode ser encontrada em todas as partes beligerantes. Para ele, não existe uma "equidistância do mal", mas violações recíprocas contra aquilo que se pode resumir sob o conceito de humanidade.

Ao lado do Holocausto e da deportação de muitos milhões de pessoas, a divisão da Alemanha e do continente europeu foram as consequências mais duradouras da Segunda Guerra Mundial. Para Davies, a responsabilidade disso está na política dos Aliados ocidentais perante Stalin durante a guerra.

O historiador Dieter Müller vê nisso o aspecto realmente trágico do período pós-guerra: "Deve-se dizer claramente que, em 1939, Stalin introduziu esse pensamento em áreas de influência e (...) manteve esse conceito em zonas de influência. Devido à situação de guerra, os Aliados (...) aceitaram que se concedesse a Stalin a presa que fez em 1939/40 nas zonas de influência que lhe foram atribuídas por Hitler na Europa Central e Oriental". Para Müller, este deslocamento das fronteiras para o oeste e a submissão dos povos atingidos [...] foram trágicos para os poloneses e os países bálticos.
 
Mesmo 70 anos após o seu início, a Segunda Guerra Mundial e principalmente suas consequências para a Europa ainda oferecem muitas razões para reavaliar a própria memória, para analisar os próprios conhecimentos e para ampliar os pontos de vista de outrem.
Autor: Matthias von Hellfeld / Carlos Albuquerque
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4615560,00.html
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O próximo livro que estou prestes a ler fala um pouco da história revisionista atual, que procura 'corrigir' a verdadeira participação dos aliados e do eixo na segunda guerra mundial. Mas o porque de ter escolhido esse livro? A razão é simples. Na guerra não existe heróis e vilões ou mocinhos e bandidos, cada lado cometeu seus crimes de guerra e suas barbaridades e pra encobrir tudo isso e jogar a sujeira pra baixo do tapete alemão e seus aliados, os Estados Unidos e seus aliados 'reformularam' a história da grande guerra, colocando-se no lado dos bonzinhos e deixando todo papel 'demoníaco' e malvado da guerra para os alemães, japoneses, italianos, etc.
 
Para comprovar isso basta você prestar atenção nos filmes da segunda guerra. A maioria dos filmes mostram aqueles pobres americanos adolescentes, saindo das suas casas, abandonando suas famílias e se encaminhando para guerra como verdadeiros heróis que salvariam todo o mundo da tirania do eixo. Mas um historiador não pode se prender a fatos individuais e deixar de lado a imparcialidade.
 
É isso que o revisionismo busca, mostrar os verdadeiros fatos que ocorreram durante esse período, pois não se pode, em uma guerra, demonizar um lado e angelizar o outro, por exemplo, o povo alemão sofreu tanto quanto os soviéticos e o fato de os alemães viverem sob o regime nazista de Hitler não é motivo para se ignorar o sofrimento alemão. Se fosse assim deveiamos ignorar o sofrimento dos soviéticos que viviam sob a tirania do comunismo e de Stálin.
 
A editora Abril, ao falar sobre a maior tragédia naval da História, o afundamento de um transatlantico alemão abarrotado de civis alemães e soldados feridos, a revista refere-se ao NAVIO NAZISTA, e não ao NAVIO ALEMÃO. Ora, porque ninguêm se refere a Leningrado por exemplo como a CIDADE COMUNISTA que resistiu a 900 dias de cerco? Os crimes de Stálin foram por acaso menores que os de Hitler, ou é porque a URSS estava do lado vencedor? Complicado não?
 
Crime de guerra foi o afundamento do navio-hospital General von Steuben com 3.500 soldados feridos a bordo, que estavam sendo evacuados da Prússia Oriental. todos morreram, o comandante do submarino sabia que tratava-se de um navio-hospital, mas para os Soviéticos, o sinal da Cruz Vermelha pintado no casco do navio, não significava absolutamente nada.

Isso foi tão grave que após a guerra, mergulhadores sovieticos desceram aos destroços para explodirem o navio e apagar as marcas dos seus ataques.
Enfim, o que precisa ser feito é contar a verdade!, essa é a história que necessita ser contada, sem influências de nenhuma parte, apenas com o que realmente aconteceu.
 
Quando terminar o livro, relato o que achei.

Um comentário:

  1. Hitler monstro nazista.

    Stalin monstro comunista.

    Dois demônios com lugares reservado no inferno!

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