domingo, 15 de julho de 2012

 Eu coleciono
 Amores e fracassos.
 Andei por um caminho escuro
 A largos passos;
 Me lancei à sorte,
 Como quem procura a morte.


Caí na lama cristalina
 Dos perdidos,
 No vício saboroso
 Dos malditos;
 Delirei;
Gozei prazeres diversos
 Até o fim;

Deixei em camas diversas
 Um pedaço de mim.
Chorei, gargalhei;
 Morri um pouco,
 Mas também matei;


Bebi todos os licores,
 Todos os vinhos,
 Cachaças,
 Whiskys...
 Provei todos os sabores,
 Dissabores;
 Cheirei horrores...

Comi uma infinidade
 De amores.
 Mas não digo que não fui feliz.


Hoje busco equilíbrio
 Sem medos,
 Trapaças,
 Rancores;
Encontro nela
 O perfume da vida;
 Vou e volto ao néctar
 Como fazem os beija-flores;


 Trago como troféu
 A sabedoria das camas,
 A satisfação das damas,
 A solidão das ruas,
 A devassidão das noites,
 E uma poesia underground
 Que a vida tatuou em mim.


 Não me acho “mais”,
 Não me vejo “menos”;
 Sou alguém que aprendeu,
 De nada muito,
 Mas um pouco de tudo que viveu.

Levei a vida meio na lábia,
 Nos serviços prestados
 A mulheres que nem sei,
 Mulheres que jamais amei.
Mas hoje
 Eu estou aqui de pé.
 Alguns me amam,
 Outros me odeiam;

Mas a minha vida sempre foi assim,
 Então que seja como é.
 Eu não preciso provar mais nada,
 Nem preciso de aprovação
 De ninguém.


Eu sou o que sou;
 Sem orgulho,
 Nem vergonha;
 Não recebo ordens,
 Faço o que me convém.
E aquele que tiver coragem,
 Que viva a vida
 Como realmente gosta;
 Que assuma, se exponha.

Eu tenho uma memória pra deixar,
 Uma história pra contar,
 E uma experiência de vida pra passar.
 Não sou como um coitado
 Que dá um cochilo
 E quer sonhar;


 E sonha.


Me despeço de todos e até a volta.

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